segunda-feira, 24 de agosto de 2009

O futuro do trabalho


A seguir é apresentado uma parte de uma reportagem retirada da revista Galileu de julho/2008. Li esta semana e me chamou muito a atenção. Devemos analisar as alterações que estão ocorrendo no mercado e pensar mais sobre alguns assuntos, como por exemplo empreendedorismo e o trabalho.

Admita: você também não gosta de trabalhar. Passar o dia inteiro sob luzes fluorescentes, tomando café ruim, sentado em uma cadeira desconfortável e usando um computador velho certamente não faz parte do sonho de infância de ninguém. Admita. E não se sinta culpado. Nossos ancestrais - que nem conheciam as torturas de um escritório - também não eram muito chegados a essa história de trabalho.

Para gregos e romanos, colocar a mão na massa era considerada tarefa das classes inferiores e escravos. Domenico de Masi, professor de Sociologia do Trabalho na Universidade La Sapienza de Roma e autor do livro O Ócio Criativo, que defende uma abordagem mais lúdica do trabalho, apontou um ponto de convergência em todas as religiões: em nenhuma delas se trabalha no Paraíso. "Tenha o Paraíso sido criado por Deus, tenha sido inventado pelos homens, se o trabalho fosse um valor positivo, no Paraíso se trabalharia", afirma. Ou seja, alguma coisa está errada, e não é de hoje.

Felizmente, nunca houve tantas ferramentas disponíveis para mudar o modo como trabalhamos e, consequentemente, como vivemos. E as transformações estão acontecendo. A crise despedaçou companhias gigantes tidas até então como modelos de administração. Em vez de grandes conglo-merados, o futuro será povoado de empresas menores reunidas em torno de projetos em comum. Os próximos anos também vão consolidar mudanças que vêm acontecendo há algum tempo: a bus-ca pela qualidade de vida, a preocupação com o meio ambiente, e a vontade de nos realizarmos como pessoas também em nossos trabalhos. "Falamos tanto em desperdício de recursos naturais e energia, mas e quanto ao desperdício de talentos?", diz o filósofo e ensaísta suíço Alain de Botton em seu novo livro The Pleasures and Sorrows of Works (Os prazeres e as dores do trabalho, ainda inédito no Brasil).

Para começar, esqueça essa história de emprego. Em dez anos, emprego será uma palavra caminhando para o desuso. O mundo estará mais veloz, interligado e com organizações diferentes das nossas. Novas tecnologias vão ampliar ainda mais a possibilidade de trabalhar ao redor do globo, em qualquer horário. Hierarquias flexíveis irão surgir para acompanhar o poder descentralizado das redes de produção. Será a era do trabalho freelance, colaborativo e, de certa forma, inseguro. Tam-bém será o tempo de mais conforto, cuidado com a natureza e criatividade.

A globalização e os avanços tecnológicos (alguns deles já estão disponíveis hoje) vão tornar tudo isso possível. E uma nova geração que vai chegar ao comando das empresas, com uma presença feminina cada vez maior, vai colocar em xeque antigos dogmas. Para que as empresas vão pedir nossa presença física durante oito horas por dia se podem nos contatar por videoconferência a qual-quer instante? Para que trabalhar com clientes ou fornecedores apenas do seu país se você pode negociar sem dificuldades com o mundo inteiro? Imagine as possibilidades e verá que o mercado de trabalho vai ser bem diferente em 2020. O emprego vai acabar. Vamos ter que nos adaptar. Mas o que vai surgir no lugar dele é mais racional, moderno e, se tudo der certo, mais prazeroso.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Direção da Volkswagen aprova fusão com a Porsche


Com a crise as empresas continuam se movimentando, veja a repostagem publicada na revista exame.

Nova York - A diretoria da Volkswagen aprovou hoje o acordo de fusão com a Porsche, que deverá dar mais força à Volkswagen AG, no momento em que a montadora alemã enfrenta, melhor que suas concorrentes, a queda nas vendas globais.

A Porsche foi forçada a aceitar o acordo com a Volks depois que uma tentativa de comprar sua rival fracassou. A Porsche comprou cerca de 50% da Volks, maior montadora da Europa, e garantiu opções para adquirir outros 20%. Mas os cerca de 10 bilhões de euros em dívidas acumuladas neste processo se mostraram demasiadamente pesados para a Porsche. Em meio à queda na demanda por veículos, a Porsche agora luta para levantar fundos para pagar esta dívida.

A Volkswagen pagará cerca de 3,3 bilhões de euros (US$ 4,7 bilhões) para obter uma participação de 42% na Porsche até o fim do ano e, posteriormente, em 2011, concluir a fusão. A Porsche continuará como companhia independente após a fusão.

Os detalhes da implementação do acordo serão finalizados nas próximas semanas, mas a Volkswagen disse que planeja levantar capital na primeira metade de 2010, para salvaguardar sua avaliação de risco de crédito. O aumento de capital deverá exigir a aprovação dos acionistas, segundo a Volkswagen. A fusão ampliará o lucro operacional da Volkswagen em cerca de 700 milhões de euros (US$ 1 bilhão). As informações são da Dow Jones.

Qual é a razão da existência de uma empresa?


Ao pensar nesta pergunta a primeira resposta que vem a cabeça é lucro, ou seja, uma empresa existe para lucrar. Mas ao pensarmos com mais cuidado verificamos que a resposta não é tão simples assim. Será que o cliente ao escolher um automóvel para comprar procura saber se a empresa obteve lucro no último exercício? Ele procura saber o valor das ações da empresa? Acredito que a resposta é não.
Analisando com mais critério, percebemos que o objetivo da empresa não é apenas um, mas sim quatro, e que estão conectados as satisfações de quatro "pessoas" ligadas direta ou indiretamente a empresa. A primeira pessoa a ser atendida pela empresa é o cliente, e a forma de atendimento está ligada a qualidade dos produtos e serviços ofertados. A segunda pessoa é o acionista (proprietário ou dono) da empresa, pessoa que pegou seu dinheiro investiu neste empreendimento e corre os riscos. Para o acionista o que importa é o lucro, contudo vale ressaltar que o lucro só será obtido com a venda, que por sua vez depende da satisfação do cliente. A terceira pessoa a ser atendida é o funcionário, também chamado de Recurso Humano, colaborador, etc... Para esta terceira pessoa o que importa é reconhecimento profissional e pessoal, nisso está incluído pagamento, incentivos, planos de carreira, desenvolvimento pessoal e profissional. E por último, e não menos importante, a comunidade que são as pessoas que não compram ou usam o produto da empresa, não trabalham e não são investidores, mas que de maneira indireta são beneficiadas pela existência da empresa, que paga os impostos e estes retornam como benfeitoria para a comunidade.
Para concluir verifica-se a dificuldade dos gestores da empresa em mantê-la no mercado em condições de competir, tendo que se preocupar em atender estas quatro pessoas, disputar mercado com concorrentes, produtos substitutos e novos entrantes, etc. Vale ressaltar que é praticamente impossível a empresa conseguir atender a todos, mas cabe aos administradores saber utilizar os tradeoffs e fazer as escolhas corretas.