segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Lucro bom ou lucro ruim?

Aumentar a lucratividade é a meta de qualquer líder empresarial, principalmente, dos executivos cobrados por resultados em curto, médio e longo prazo pelos acionistas. Mas, será que os lucros obtidos são bons ou ruins? Que tipo de lucro você deseja para o seu negócio?
Se perguntarmos a um gestor comum, talvez ele responda que lucro é o retorno positivo de um investimento feito por um indivíduo em um negócio. Já um contador pode dizer que de acordo com a estrutura das Demonstrações Contábeis de Resultados utilizados no Brasil, o lucro é desdobrado nas seguintes categorias: bruto, operacional, não operacional, líquido e o a ser distribuído.
Nunca foi tão importante fazer a distinção entre o lucro bom e o lucro ruim.
O lucro ruim
O especialista em estratégia Adrian Slywotzky refere-se ao lucro ruim como aquele que é obtido do corte de investimentos em pesquisa e desenvolvimento, da eliminação de treinamento dos colaboradores, da redução de verbas em marketing e da redução da força de vendas.
Já o especialista em fidelização de clientes e lucratividade Fred Reichheld, diz que os lucros ruins são aqueles obtidos à custa das relações com o cliente. Todas as vezes que um cliente se sente enganado, maltratado, ignorado ou coagido, os lucros obtidos desses clientes são ruins. Lucros ruins provêm da precificação injusta ou enganosa e acontecem quando as empresas economizam dinheiro ao entregarem uma péssima experiência ao cliente, por meio da extração de valor, e não da criação de valor para o mesmo.
Lembre-se de uma situação onde um vendedor empurrou um produto mais caro ou inadequado a você. Esse é um exemplo de um lucro ruim obtido pela empresa. Segundo pesquisas recentes, um cliente insatisfeito fala mal da empresa para aproximadamente 22 pessoas e apenas a 8 quando está satisfeito com um produto ou serviço. Quanto isso custa a médio e longo prazo para o negócio? Em curto prazo provavelmente custe muito pouco, mas no futuro custará rios de dinheiro.
A remuneração variável foi a forma encontrada pelo capitalismo para reconhecer o mérito dos executivos, mas a ganância de alguns subiu a cabeça pelos resultados a curtíssimo prazo. A conseqüência, todo mundo já sabe: demissões, falências, desconfiança e pedidos desesperados de socorro aos governos. O gênio das finanças Warren Buffett, com seu estilo despretensioso e irreverente, disse: “Só quando a maré baixa é que você descobre quem estava nadando nu”.
Lucros bons
Portanto, temos que ficar atentos para buscarmos lucros bons que contribuam com o crescimento sustentável da organização. Vale a pena uma reflexão: Quem são os melhores ou piores vendedores de uma empresa? Sem sombra de dúvidas são os próprios clientes.
Se há muitos clientes insatisfeitos como você conseguirá outros? Se muitos deles estão se sentindo insatisfeitos como irá convencê-los a comprar mais de você?
A alta liderança das empresas do futuro terá como missão investir seus recursos para gerar lucros bons aos acionistas, contribuir com o bem-estar e a educação continuada dos trabalhadores e com a comunidade onde estão inseridas. Esses executivos terão cada vez menos tempo para tratar de problemas operacionais da própria empresa para investir tempo atuando estrategicamente.
No livro "A pergunta definitiva", Fred Reichheld postula que os lucros bons são obtidos por meio da cooperação entusiasmada dos clientes. Uma empresa obtém lucros bons quando encanta os clientes a tal ponto que eles voltam por conta própria para comprar mais – e não apenas isso, eles encorajam seus amigos e colegas a fazerem negócio com a empresa. Os clientes satisfeitos se tornam, na realidade, parte do departamento de marketing da empresa, aumentando suas próprias compras e fornecendo recomendações entusiasmadas.
Esses clientes, chamados por Fred Reichheld de promotores, são aqueles que sempre compram da mesma empresa e insistem para que seus amigos façam o mesmo. Companhias com 80% de clientes promotores estão no caminho certo para a excelência no atendimento.
Qual a sua estratégia?
É comum que algumas empresas com a queda de faturamento invistam mais seus recursos para prospectar novos clientes do que para reter os já existentes. Sugiro que você continue prospectando, mas que invista recursos para agregar valor aos consumidores de que dispõe estreitando a sua relação de parceira. Fred Reichheld em suas investigações entre lealdade e crescimento comprovou que um aumento de 5% na retenção de clientes poderia gerar melhoria de 25% a 75% nos lucros.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

O futuro do trabalho


A seguir é apresentado uma parte de uma reportagem retirada da revista Galileu de julho/2008. Li esta semana e me chamou muito a atenção. Devemos analisar as alterações que estão ocorrendo no mercado e pensar mais sobre alguns assuntos, como por exemplo empreendedorismo e o trabalho.

Admita: você também não gosta de trabalhar. Passar o dia inteiro sob luzes fluorescentes, tomando café ruim, sentado em uma cadeira desconfortável e usando um computador velho certamente não faz parte do sonho de infância de ninguém. Admita. E não se sinta culpado. Nossos ancestrais - que nem conheciam as torturas de um escritório - também não eram muito chegados a essa história de trabalho.

Para gregos e romanos, colocar a mão na massa era considerada tarefa das classes inferiores e escravos. Domenico de Masi, professor de Sociologia do Trabalho na Universidade La Sapienza de Roma e autor do livro O Ócio Criativo, que defende uma abordagem mais lúdica do trabalho, apontou um ponto de convergência em todas as religiões: em nenhuma delas se trabalha no Paraíso. "Tenha o Paraíso sido criado por Deus, tenha sido inventado pelos homens, se o trabalho fosse um valor positivo, no Paraíso se trabalharia", afirma. Ou seja, alguma coisa está errada, e não é de hoje.

Felizmente, nunca houve tantas ferramentas disponíveis para mudar o modo como trabalhamos e, consequentemente, como vivemos. E as transformações estão acontecendo. A crise despedaçou companhias gigantes tidas até então como modelos de administração. Em vez de grandes conglo-merados, o futuro será povoado de empresas menores reunidas em torno de projetos em comum. Os próximos anos também vão consolidar mudanças que vêm acontecendo há algum tempo: a bus-ca pela qualidade de vida, a preocupação com o meio ambiente, e a vontade de nos realizarmos como pessoas também em nossos trabalhos. "Falamos tanto em desperdício de recursos naturais e energia, mas e quanto ao desperdício de talentos?", diz o filósofo e ensaísta suíço Alain de Botton em seu novo livro The Pleasures and Sorrows of Works (Os prazeres e as dores do trabalho, ainda inédito no Brasil).

Para começar, esqueça essa história de emprego. Em dez anos, emprego será uma palavra caminhando para o desuso. O mundo estará mais veloz, interligado e com organizações diferentes das nossas. Novas tecnologias vão ampliar ainda mais a possibilidade de trabalhar ao redor do globo, em qualquer horário. Hierarquias flexíveis irão surgir para acompanhar o poder descentralizado das redes de produção. Será a era do trabalho freelance, colaborativo e, de certa forma, inseguro. Tam-bém será o tempo de mais conforto, cuidado com a natureza e criatividade.

A globalização e os avanços tecnológicos (alguns deles já estão disponíveis hoje) vão tornar tudo isso possível. E uma nova geração que vai chegar ao comando das empresas, com uma presença feminina cada vez maior, vai colocar em xeque antigos dogmas. Para que as empresas vão pedir nossa presença física durante oito horas por dia se podem nos contatar por videoconferência a qual-quer instante? Para que trabalhar com clientes ou fornecedores apenas do seu país se você pode negociar sem dificuldades com o mundo inteiro? Imagine as possibilidades e verá que o mercado de trabalho vai ser bem diferente em 2020. O emprego vai acabar. Vamos ter que nos adaptar. Mas o que vai surgir no lugar dele é mais racional, moderno e, se tudo der certo, mais prazeroso.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Direção da Volkswagen aprova fusão com a Porsche


Com a crise as empresas continuam se movimentando, veja a repostagem publicada na revista exame.

Nova York - A diretoria da Volkswagen aprovou hoje o acordo de fusão com a Porsche, que deverá dar mais força à Volkswagen AG, no momento em que a montadora alemã enfrenta, melhor que suas concorrentes, a queda nas vendas globais.

A Porsche foi forçada a aceitar o acordo com a Volks depois que uma tentativa de comprar sua rival fracassou. A Porsche comprou cerca de 50% da Volks, maior montadora da Europa, e garantiu opções para adquirir outros 20%. Mas os cerca de 10 bilhões de euros em dívidas acumuladas neste processo se mostraram demasiadamente pesados para a Porsche. Em meio à queda na demanda por veículos, a Porsche agora luta para levantar fundos para pagar esta dívida.

A Volkswagen pagará cerca de 3,3 bilhões de euros (US$ 4,7 bilhões) para obter uma participação de 42% na Porsche até o fim do ano e, posteriormente, em 2011, concluir a fusão. A Porsche continuará como companhia independente após a fusão.

Os detalhes da implementação do acordo serão finalizados nas próximas semanas, mas a Volkswagen disse que planeja levantar capital na primeira metade de 2010, para salvaguardar sua avaliação de risco de crédito. O aumento de capital deverá exigir a aprovação dos acionistas, segundo a Volkswagen. A fusão ampliará o lucro operacional da Volkswagen em cerca de 700 milhões de euros (US$ 1 bilhão). As informações são da Dow Jones.

Qual é a razão da existência de uma empresa?


Ao pensar nesta pergunta a primeira resposta que vem a cabeça é lucro, ou seja, uma empresa existe para lucrar. Mas ao pensarmos com mais cuidado verificamos que a resposta não é tão simples assim. Será que o cliente ao escolher um automóvel para comprar procura saber se a empresa obteve lucro no último exercício? Ele procura saber o valor das ações da empresa? Acredito que a resposta é não.
Analisando com mais critério, percebemos que o objetivo da empresa não é apenas um, mas sim quatro, e que estão conectados as satisfações de quatro "pessoas" ligadas direta ou indiretamente a empresa. A primeira pessoa a ser atendida pela empresa é o cliente, e a forma de atendimento está ligada a qualidade dos produtos e serviços ofertados. A segunda pessoa é o acionista (proprietário ou dono) da empresa, pessoa que pegou seu dinheiro investiu neste empreendimento e corre os riscos. Para o acionista o que importa é o lucro, contudo vale ressaltar que o lucro só será obtido com a venda, que por sua vez depende da satisfação do cliente. A terceira pessoa a ser atendida é o funcionário, também chamado de Recurso Humano, colaborador, etc... Para esta terceira pessoa o que importa é reconhecimento profissional e pessoal, nisso está incluído pagamento, incentivos, planos de carreira, desenvolvimento pessoal e profissional. E por último, e não menos importante, a comunidade que são as pessoas que não compram ou usam o produto da empresa, não trabalham e não são investidores, mas que de maneira indireta são beneficiadas pela existência da empresa, que paga os impostos e estes retornam como benfeitoria para a comunidade.
Para concluir verifica-se a dificuldade dos gestores da empresa em mantê-la no mercado em condições de competir, tendo que se preocupar em atender estas quatro pessoas, disputar mercado com concorrentes, produtos substitutos e novos entrantes, etc. Vale ressaltar que é praticamente impossível a empresa conseguir atender a todos, mas cabe aos administradores saber utilizar os tradeoffs e fazer as escolhas corretas.

terça-feira, 28 de julho de 2009

Fusão Perdigão e Sadia


Perdigão transfere R$ 950 mi para a Sadia
O repasse à Sadia tem o objetivo de quitar suas dívidas de curto prazo. A Sadia informou em comunicado nesta terça-feira (28/07) que recebeu da Perdigão a quantia de 950 milhões de reais para sanar suas dívidas de curto prazo que estavam em 3,23 bilhões de reais no primeiro trimestre deste ano, quase metade do total de passivos da companhia, avaliados em 6,8 bilhões de reais.
O montante repassado à Sadia é decorrente da captação de cerca de 5,3 bilhões de reais por meio da oferta pública primária de ações realizada pela Perdigão na semana passada (dia 21/07). Mais de 80% desse levantamento de capital será utilizado para acertar obrigações da Sadia e da Perdigão, que vão se unir na Brasil Foods.